Avodá
22/02/2013 23:25
Ética social.
. Acrescidos a estes estavam as ordens para sustentar os pobres (Deut. 15:7-11), alimentar os famintos e vestir os nús. (Isaías 58:7; Ezequiel, 18:7).
A tendência geral da ética social foi resumida pelos profetas que disseram: “Odeie o mal e ame o bem e estabeleça a justiça no portão” (Amós 5:15); e da mesma forma “Ele lhe disse, ó homem o que é bom; e o que o Senhor requer de você é que você faça justiça e ame a bondade e, que caminhe humildemente com seu D’us” (Miquéias 6:8). Estas passagens e outras semelhantes não apenas resumem os ensinamentos da ética, mas também colocam-na no centro da fé judaica. Um resumo dos ensinamentos da ética bíblica está contida no bem conhecido dito de Hilel: “Não faça aos outros o que não queres que te façam” (Shab. 31a)
As outras nações do antigo Oriente Médio revelavam seu senso ético nas composições que são marginais às suas culturas: em alguns provérbios dispersos na literatura, em prólogos a coletâneas de leis, nas várias leis específicas e nas confissões (ver abaixo). A conexão entre os ensinamentos éticos e as criações culturais principais – as imagens de deuses, o culto , o corpo principal da lei – é fraco. Por vezes, porém nem sempre, as aspirações éticas destas culturas são expressas em sua religião e organização social, ao passo em que a Bíblia põe a exigência ética no foco da religião e da cultura nacional. A exigência ética é de importância fundamental para os profetas, que declaram especificamente que esta é a essência de seus ensinamentos religiosos. Capítulos básicos da lei bíblica – os Dez Mandamentos, Levítico 19, as bênçãos e maldições do Monte Gerizim e Monte Ebal (Deuteronômio 27:15-26) – contém muitos mandamentos éticos importantes. A lei bíblica em si testemunha seu objetivo ético: “que grande nação tem leis e normas tão justas (tzadikim) como todo este Ensinamento...” (Deut. 4:8). Enquanto a sabedoria da literatura de Israel é semelhante àquela de culturas vizinhas, difere na grande ênfase que coloca sobre a educação ética (ver abaixo).
Entretanto, o grau de justiça que pode ser alcançado dentro dos limites da realidade é exigido com um claro vigor que não permite concessões. Isto torna a Bíblia mais radical do que a maioria dos sistemas éticos. Os ensinamentos éticos da Bíblia, como a Bíblia em geral, são endereçados primeiro e antes de tudo para Israel, mas algumas passagens bíblicas estendem a exigência ética englobando toda a humanidade, tal como as leis de Noé (Gênesis 9:1-7), a história de Sodoma (Gênesis 19:20) ou a resposta de Amós contra os reinos vizinhos quanto a sua crueldade (Amós 1:3-2:3). O cenário do Livro de Jó, também está fora do contexto Israelita[2].
Lembra-te de que foste escravo...” (Deut. 5:14-15). Esta tendência é revelada nas leis cuja finalidade era defender o fraco e limitar o poder do opressor, tais como as leis regendo o escravo hebreu (Ex. 21:2; Deut. 15:12) ou a punição relativamente branda ao ladrão.
Os sábios do Talmud são apresentados como exemplos morais e o ideal de santidade é identificado com uma vida escrupulosamente honesta e pura.